Amor na vitrine - Resenha crítica - Regina Navarro Lins
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Amor na vitrine - resenha crítica

Amor na vitrine Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Sexo & Relacionamentos

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-5712-113-9

Editora: BestSeller

Resenha crítica

O início...

O início se perdeu em um passado distante, na memória humana. Os pesquisadores aprimoraram técnicas para estudar os humanos desde quando estes produziam sinais, como desenhos na pedra e esculturas. Nossos ancestrais viam a reprodução como a tarefa mais importante para a sobrevivência da espécie. Só que, em volta dela, o confronto entre mulheres e homens passou a existir.

Nessa realidade, a mulher era submetida ao homem pela força. Isso deu origem ao patriarcado que dividiu a humanidade e instituiu a ideia de que a mulher é inferior. No patriarcado, a superioridade física dos homens é transportada para o mundo ideológico, trazendo consigo uma estrutura social rígida e privilégios masculinos.

Esse sistema social dividiu homens e mulheres, colocando-se um contra o outro. Para se adequar ao modelo, cada um precisa abrir mão de parte de si. O patriarcado se apoiou, por anos, no controle da fecundidade feminina. Mas, com a criação da pílula anticoncepcional, a mulher passou a ter poder de escolha. A guerra entre sexos começou a ser substituída por uma concepção de parceria entre homem e mulher.

Homens e mulheres

Embora os homens busquem o ideal de sucesso, força e poder, eles contam com as mesmas necessidades de afeto e vulnerabilidade que as mulheres. Só que são ensinados desde a infância a desprezar e reprimir sentimentos. Isso também gera uma forte autocobrança em relação ao sexo, prejudicando o prazer masculino. Vários homens sentem insegurança por perseguir o ideal de coragem, ousadia e poder.

Isso faz com que qualquer erro seja ameaçador. As mulheres, por sua vez, foram vistas, historicamente, como eternas menores de idade. Originalmente submissas aos pais, passariam a ser submissas aos maridos. Na Grécia Antiga, seus direitos equivaliam aos de um escravo. Por isso, precisavam ser representadas legalmente antes de fazer qualquer coisa. 

Eram vistas como seres traiçoeiros, dúbios, manipuladores e perversos. Alguns tabus do sistema patriarcal ainda persistem, como a ideia de que mulheres perdem valor à medida que envelhecem. Mesmo a imagem feminina costuma ser ajustada de acordo com as exigências dos homens. Mas a estrutura psicológica machista prejudica não só as mulheres, já que os homens estão exaustos da obsessão por nunca falhar.

Sedução e conquista

A opressão masculina não excluiu a existência da sedução e da conquista. Originalmente, as relações eram planejadas pela família, pensadas por razões econômicas ou políticas. Mas um tipo de sedutora, a mulher “fatal”, seria capaz de mudar o rumo de fortunas e reinos, arruinando homens pelo caminho. No século 20, eram comuns essas representações nos filmes de Hollywood.

A primeira femme fatale da história teria sido Eva, que provocou uma tragédia ao tentar Adão. As mulheres vistas como fatais cruzaram a história e são retratadas, mitologicamente, desde Cleópatra até as Bond girls. O estereótipo persiste e, até hoje, há quem considere Yoko Ono como uma femme fatale que provocou o fim dos Beattles.

Embora fossem figuras populares, personificadas em mitos como o do espanhol Don Juan, o movimento feminista fez com que os conquistadores ficassem obsoletos. Homens provando a supremacia masculina ao colecionar conquistas é uma ideia em declínio. Os conquistadores não deixaram de existir por isso, mas pararam de ganhar palco. Afinal, as conquistas de hoje são abertas a homens e mulheres.

A paixão

Quase todos nos apaixonamos em algum momento da vida. A paixão traz tensão e prazer. Passamos a cobrar plenitude e êxtase do outro. O sentimento é irresistível por despertar o risco da perda iminente de quem desejamos. Sua duração média é de um ano e meio a três anos, explicada pela dificuldade cerebral de manter um nível alto de excitação eternamente.

Há um efeito colateral simbolizado pela permissividade, a dificuldade de dizer “não” que a paixão traz. O sentimento se distingue do amor romântico que, por sua vez, é diferente do amor puro. Seu traço principal é a urgência. Quem se apaixona, se desespera por achar que pode perder quem ama a qualquer momento.

Há quem diga que a paixão corre risco de extinção. Nesse caso, homens e mulheres perderiam o gosto pelo seu dilaceramento. Se o sofrimento excedesse o prazer, os afastaria. A permissividade provocada pela paixão eliminou a proibição, um de seus motores mais poderosos. A paixão teria se tornado socialmente obsoleta.

O amor

O amor é uma palavra que foi monopolizada pela Igreja na Idade Média. Depois desse período, o termo virou uma festa de interpretações. Amar a família é algo que não provoca grandes discussões, mas a história muda ao falar de quem dá prazer sexual. O amor muda ao longo das gerações e nós amamos de forma diferente dos nossos pais. 

O amor também pode ser aprendido. Alguns educadores progressistas já propuseram a educação para amar, um modelo de alfabetização emocional feito para ajudar estudantes a propôr relações sem agressividade. O amor também é uma invenção social. Não é um fenômeno universal, mas uma interpretação cultural da atração sexual. 

Seu início pode estar na biologia, porém é, principalmente, um conjunto de ideias. As pessoas com dificuldades em contatos com os outros estão fechadas em uma dura couraça, protegendo seu núcleo mole e inseguro. O amadurecimento pessoal é o desenvolvimento crescente de confiança em si. Só nesses termos é possível baixar a guarda e transformar a couraça em uma membrana maleável.

O amor romântico

Já passamos da metade do microbook e a autora conta como o amor romântico é uma ideia de longa data. Mas só se tornou uma prática convencional no século 20, com o núcleo familiar solidificado pela Revolução Industrial e com os efeitos de Hollywood. Os astros do cinema americano contribuíram para criar um modelo afetivo de idealização, nos induzindo a atribuir ao outro traços que ele originalmente não tem.

O problema é que esse modelo não é compatível com a união estável contemporânea, cuja rotina expõe todos da forma que realmente são. O amor romântico depende de idealizar a pessoa desejada e projetar suas expectativas nela. Assim, o apaixonado não se relaciona com a pessoa real, mas com a inventada. O modelo engana ao parecer a solução genuína para o desamparo humano.

Por isso, uma alternativa menos idealizada surgiu. É possível fugir do mito do amor romântico e buscar uma nova forma de amar, sem idealizações ou projeções. Sem idealizar, você percebe o outro de forma autêntica, e não do jeito que inventou para si. Tudo passa a se basear no companheirismo, na solidariedade e na amizade.

Vida a dois

A busca do par amoroso pode ser iniciada pelo “anseio amoroso”, a ansiedade prevalente nas pessoas que presumem que só podem ser felizes se encontrarem um relacionamento. Quando a relação se inicia, as pessoas tentam demonstrar sempre o melhor de si. Assim, o apego leva ao medo da perda da pessoa amada.

Alguns dos sabotadores mais frequentes são a pressão para corresponder às expectativas do outro e o medo do abandono. Isso é intensificado pela dependência emocional, quando as pessoas depositam no outro a garantia de não ficarem sozinhas. O medo infantil do abandono traz os fantasmas da possessividade e do ciúme, levando a várias formas de violências.

Ditados como o “em briga de marido e mulher, não se mete a colher” têm raiz na aceitação da violência, quando doméstica. A autora conta como é importante ver o casal como uma entidade própria e trabalhar para que seja sadia. Hoje, a busca por um par amoroso ainda é uma meta, mas se começa a entender que não é o assunto mais importante da vida.

É possível viver bem sem um par amoroso?

Somos incentivados a presumir que a realização afetiva depende da desesperada busca pela outra metade. Isso faz com que seja importante desenvolver a capacidade de se realizar sozinho. A origem da relação não pode estar na necessidade do outro, e sim na alegria de estar junto.

Uma vida sem a cara metade abre portas para um bom relacionamento com amigos e para a liberdade sexual, explorando formas de amor que excedem as relações monogâmicas. A autora ainda defende que a vida dos solteiros não é pior do que a da maior parte dos casados. 

Estatisticamente, os solteiros, em média, consomem mais livros, frequentam mais restaurantes, vão mais ao cinema e gastam mais nos fins de semana. Só que abrir mão da mentalidade de formar um par não é simples. Afinal, fomos condicionados a acreditar que é um pré-requisito para sermos felizes. Esse equívoco faz com que as pessoas se sintam incompetentes por não ter alguém.

Questões de gênero 

A divisão entre masculino e feminino se solidificou há muitos anos. Essa divisão entre os dois virou a estrutura sobre a qual o patriarcado se serve. Os filhos são um exemplo disso, sendo orientados pelos pais em relação ao gênero ao qual fazem parte. Mas os prejuízos da limitação de gêneros estão ficando conhecidos.

A autora conta como o sexo, de fato, é biológico. Já a sexualidade, diz respeito ao que desejamos, e o gênero, a como nos percebemos. A mentalidade patriarcal erra ao distinguir, com rigor, masculino e feminino. Isso faz com que as pessoas de um gênero se mutilem ao tirar de si o que presumem que pertence a outro.

A solução pode estar em derrubar os mitos da masculinidade e da feminilidade. Isso abre as portas para o gênero, a forma com a qual as pessoas se identificam. Se seu gênero converge com a forma com a qual a sociedade enxerga você, então é definido como “cisgênero”. Se isso não acontece, é “transgênero”.

Orientação sexual

A divisão da humanidade não acabou com as várias possibilidades para a vida sexual. Embora a moralidade das religiões tente bloquear a tentativa de normalizar as minorias, o movimento gay encampou essa luta nos anos 1960. Essa trajetória passou por uma aceitação lenta nas sociedades. A homossexualidade, por exemplo, já foi considerada crime. 

Depois, passou a ser vista como um desvio ou doença. Mas a popularização da pílula anticoncepcional nos anos 1960 permitiram uma dissociação entre sexo e reprodução, mudando os valores ligados à sexualidade e trazendo força para os homossexuais. A heterossexualidade, vista em muitos lugares como a única condição aceitável, criou o mito da “heteronormatividade”. Parte disso alimenta a homofobia, movida por um pensamento rígido, regressivo e estereotipado. 

Às vezes, parte do preconceito surge nos próprios ambientes feitos para a diversidade. É o caso dos bissexuais, que sofrem repressão de homossexuais por supostamente não saírem do armário. Um outro campo é o da assexualidade, pessoas que não se identificam como hértero, homo ou bi. Isso acontece porque não cultivam atração sexual alguma, por nenhum dos gêneros.

O mundo em transformação

Os movimentos dos anos 1960 viraram a sociedade de ponta cabeça. Após duas grandes guerras, a sociedade observou uma busca pela revolução cultural. Movimentos como o hippie, o gay e o feminista se tornaram possíveis, acompanhados pela pílula anticoncepcional. Preconceitos caíram e, com a conexão de internet que existe hoje, as portas do debate foram abertas.

Há um crescimento de relações que desafiam a norma, como as não monogâmicas. A contracultura criou novos paradigmas culturais. Mas as mudanças demoram para ganhar corpo. Até os anos 1970, o divórcio era mal visto. Hoje, se tornou comum. O poliamor, que está começando a se popularizar, também pode vir a ser a norma em alguns anos.

Estamos aprendendo aos poucos que é possível ter vários parceiros e até amar mais de uma pessoa simultaneamente. O tabu da virgindade como virtude está caindo e os modelos de relações livres tiveram as portas abertas pelas revoluções do século passado, criando uma geração capaz de driblar os limites da monogamia.

Notas finais

Despir-se dos preconceitos e abrir mão das idealizações é o caminho para relações mais lúcidas e saudáveis. Essa é a mensagem do livro de Regina Navarro Lins, ao revelar uma biografia do amor e mostrar como estruturas rígidas de pensamento e costumes regressivos fazem com que a busca pela realização afetiva seja muito mais dolorida do que precisa ser.

Dica do 12min

Regina Navarro Lins contou um pouco das formas de relacionamentos e trouxe incentivos para vencer preconceitos. Mas se você quiser se aprofundar no mundo interior de cada um, confira o “Talvez você deva conversar com alguém”, disponível aqui em microbook.

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Quem escreveu o livro?

Regina Navarro Lins atende pacientes há mais de 40 anos em seu consultório, atuando como psicanalista. Já trabalhou como professora de psicologia da PUC-Rio, é c... (Leia mais)

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